terça-feira, 26 de julho de 2011

Something : Capitulo 43 "A nova realidade" [ parte I ]






A escola era bastante bonita, misturava uma cor calma como o pastel com corres ditas “berrantes” como o amarelo, o laranja e o vermelho. Conseguia-se contemplar também, bastos e bem tratados jardins, assim como um pequeno lago na entrada.



O receio de uma nova realidade apoderou-se do meu corpo, fazendo-me assim hesitar em dar a primeira passada que corresponderia á entrada no edifício. Talvez o medo do desconhecido ou simplesmente o receio de falhar. Apoderou-se uma tal forte nostalgia do meu corpo, que eu, sem saber muito bem como, pedi o seu comando e entrei na minha nova realidade sem ter dado ordem para isso.


Um vez dentro, olhei em meu redor, jovens andavam de um lado para o outro, uns mais velhos, outros mais novos, mas era mesmo isso que dava o gozo á escola, a diferença de idades, de culturas e de personalidades, o aprender a lidar com outras realidades diferentes da nossa, o enfrentar situações “diferentes” e o aprender a conviver com os outros. Normalmente, os jovens não gostam da escola, eu pelo contrário gosto porque vejo a escola de outra perspectiva, o aprender para mais tarde puder ensinar nem que seja apenas um bocadinho da sabedoria do mundo.



Enverguei pelo corredor que estava do meu lado esquerdo, não sei é o certo ou não, mas ao fundo avistei uma funcionária e ela era a pessoa indicada para me ajudar. Enquanto caminhava ia reparando, naquela que iria ser a minha terceira casa durante o próximo ano, terceira sim, porque a segunda é [ e será sempre ] a casa do David.


A funcionária vestia uma bata que lhe dava pouco por baixo do joelho, de cor branca e com um pequeno crachá vermelho com o nome Amélia.


- Bom dia, poderia-me dizer qual é a sala do 11ºA?


- Bom dia, é menina é nova não é? – Sorriu levemente, aparentava ser uma senhora na casa dos 50 anos, porem de ar risonho e simpático.


- Sim, sou. – Agora foi a minha vez de sorrir.


- Venha menina, que eu vou leva-la á sala, é no piso de cima. – Á medida que íamos passando pelos locais, a senhora, muito amavelmente me ia indicando o seu efeito.




[…]



- E pronto menina, é esta a sala. É melhor entrar que já passa da hora. – Olhei para o relógio e de facto já eram 8:40, estava dez minutos atrasada.


- Muito obrigada por me indicar o caminho e pela sua simpatia. – Agradeci de modo sincero.


- Oh menina, disponha sempre. – Trocamos mais uns sorrisos e por fim a senhora foi embora.



Olhei para a enorme porta vermelha que se encontrava á minha frente, por de trás dela estava a minha nova realidade. Bati á porta e pedi para entrar.


- Posso? – Disse, enquanto abria ligeiramente a porta.


- Está atrasada. Sente-se aí ao fundo e não interrompa mais a aula. – Fiz o que o professor me mandou sem ripostar. Na sala não deveriam estar mais que 23 alunos, ri-me ao pensar neste numero, facto que não passou indiferente ao professor que aproveitou logo para começar a reclamar comigo. – Já vi que está muito animada a menina, entao faça o favor de vir aqui á frente e apresentar-se aos seus colegas. – Realmente era a última coisa que me apetecia, mas não ir dizer isso, pois não queria criar mau ambiente logo na primeira aula. Levantei-me e dirigi-me por entre as outras mesas para a frente. Virei-me para os meus novos colegas que me olhavam expectantes. Não sabia bem por onde começar mas teria de ser por algum lado, e depressa, pois o professor que não deveria ter mais que 25/27 anos já me olhava com “ cara de poucos amigos”.


- Bem, chamo-me Beatriz Vale, tenho 16, vivia em Lisboa e mudei-me este Verão para o Porto. –



Acabei de falar, rodei o meu corpo sobre os calcanhares para assim iniciar o trajecto até ao meu lugar, mas essa minha intenção não passou de isso mesmo, visto um aluno mais espevitado ter começado com perguntas.


- Porque te mudas-te para o Porto? – Olhei para o professor como que a pedir para me ajudar não deixando os meus colegas terem o direito de fazer quaisquer perguntas, mas ele não devia gostar nada de mim e ainda incentivou mais os meus colegas.


- Menina Beatriz responda á pergunta do seu colega e meninos, podem fazer as perguntas que quiserem á vossa nova colega. – Se o olhar ferisse, de certeza que era preciso uma ambulância para aquele sujeito que se dominava de meu professor de Filosofia e que tinha uma constituição física jovem, aliás, bastante jovem e agradável de se ver, mas devia ter uma personalidade bastante atiquada.


Olhei de novo para a turma e preparei-me para responder.


- Vim para o Porto porque a minha mãe é Advogada e tinha um escritório em Lisboa com uma sócia, como era bastante concorrido e dos mais conceituados do Pais decidiram abrir uma filial no Porto e assim sendo, a minha mãe é a responsável pela filial do Porto, logo tive de vir para aqui viver com ela.


- E o teu pai? Também veio ou ficou em Lisboa? – Quando a rapariga loura que estava na primeira fila fala é como se o mundo me tivesse desabado sem eu poder impedir. O assunto que eu tanto tentei evitar pensar nos últimos tempos foi-me agora lembrado de uma maneira fria e despreocupada, não podia culpar a pobre rapariga, pois ela nada sabia, mas do lado esquerdo do meu peito formou-se uma dor, uma dor forte, aliás, muito forte, mesmo no centro do órgão que me permitia [ ainda ] viver.



As lágrimas começaram a escorrer-me pela face como se fossem pequenas gostas de chuva a ir em direcção ao mar. Desencostei-me da parede que desde o inicio me mantivera apoiada e corri em direcção á porta, abri a mesma e continuei a correr por entre corredores e mais corredores até encontrar a saída para o exterior, avistei ao longe um banco mesmo debaixo de uma grande arvore [ já fora do recinto escolar ], agora, já não em corrida mas mesmo assim em passo acelarado fui em direcção aquele pequeno adorno do jardim. Sentei-me e cruzei as pernas, como em criança fazia quando me sentada com o meu pai no alpendre, no “seu” banco de baloiçar.


Saudade, sim, era a palavra mais correcta, saudade dos seus abraços, dos seus conselhos mas acima de tudo saudade dele. Chorei, chorei e chorei, chorei o que em meses fui incapaz de chorar, chorei o que desde a sua morte me sufocava por dentro, e eu, talvez por vergonha ou por cobardia ainda não tinha deitado cá para fora.


Sentia-me abandonada, perdida, longe dos meus amigos, do David, longe da minha vida, sentia que estava sozinha e de facto, estava mesmo [ ou talvez não ].


Comecei a pensar, já não via David á duas semanas, pouco falamos, ela estava em estágio pelo Benfica. Agora as lágrimas corriam-me ainda mais pela cara. Senti algo a abraçar-me, algo que eu conhecia muito bem, algo que estava a precisar.


- Bia … - Virei-me para aquele ser que estava ao meu lado e abracei-o, abracei aquele ser com todas as forças que tinha e que não tinha, como eu precisava daquele abraço. – Porque estas neste estado?


- O meu pai, tenho saudades dele. – Mais e mais lágrimas caiam pela minha face.


- O minha querida Bia … - E aquele ser que eu tanto amava apertou-me também contra si, sentindo-me eu assim, num porto seguro.



Olá meninas (;

Espero que gostem do novo aspecto do blog e que gostem desde capitulo novinho ;b
Nao se esqueçam de comentar, pois é mesmo muito
importante saber a vossa opiniao ;$

Sei que nao tenho sido muito regular mas vou tentar postar em breve.

Beijinhos


Nii'i

7 comentários:

  1. ta fantastico linda! cm sempre! :) ja tinha saudades...
    quero mais sim??

    beijinho gande.
    andreia.

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  2. Adorei querida :D
    Já tinha saudades :)
    MAISSS
    Beijinhos
    Nessa

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  3. Amooooo!
    Amooooo e volto a amar, meu amor lindo!
    Não me canso disto, nunca! :D
    Quero o próximo rapidinho, viu?
    Te amo, meu bem! <3<3<3

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  4. Oie Oie (:


    AMEIIIIII :D


    Quero mais sim ' *_*



    Beijinhos*

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  5. Muito bem!
    Mais um excerto de uma grande história que será para sempre muito boa (:
    Digo isto porque depois de algum tempo "afastada" não tive dificuldades em situar todo o resto da história sem recorrer a capítulos antigos.
    Acho que isso só acontece porque fizeste um bom trabalho que motiva e marca.
    Sendo assim, vou ficar à espera de um próximo com toda a minha curiosidade (:
    Beijinhos, Mariana

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  6. Gostei gostei gostei :D
    Quero mais, minha linda!
    Valeu a pena a espera
    Beijinho
    Ana Sousa

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